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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

SOFIA E O NATAL


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Véspera de Natal, Sofia acordou e olhou pela janela, não nevava... Aliás, fazia era um calor sufocante, e mesmo morando em um barraco de madeiras com muitas frestas, estava toda suada, e por se sentir assim incomodada, levantou-se. Pensou por um instante que pudesse ver a rua transformada em um cenário propício para a data, assim como havia visto num cartão, mas se enganou, tudo estava feio como sempre: muita poeira, pedras e buracos... e nenhum sinal ou esperança de que o tal do “papai-noel” pudesse visitar aquela tão pobre e miserável roça...

Sofia aos poucos desvendava e descobria como era cruel a realidade, até porque sua mãe fazia de tudo para que seus filhos encarassem o Natal como apenas sendo o nascimento do menino Jesus, e ela, Sofia, tentava fazer com que a mãe acreditasse que ela não se importava que alguns de seus amiguinhos ganhassem presentes, e ela e seu irmãozinho não. A menina, de apenas seis anos era consciente, e sabia que sua família não tinha qualquer condição de se dar ao luxo de presentear ou de ter uma (mesmo que modesta) ceia de natal.

Seu pai fora para a capital tentar emprego, e isso já fazia quase dois anos, e até então não deu notícias, e muitas vezes, nesse tempo todo, sua mãe ia dormir com fome, porque preferia que as suas crias comessem, e Sofia sabia disso. O irmão menor, de três anos, não entendia das dificuldades que passavam, era feliz na sua ingênua ignorância.


Naquela manhã, Sofia saiu para comprar dois pães. Não questionou a mãe sobre o número inferior de pães em relação ao número de pessoas da casa, afinal, aquelas eram as últimas moedinhas restantes do bolsa família, o problema é que, aqueles pães seriam o café da manhã, o almoço, e possivelmente o jantar. Era o único alimento para o dia todo.
No caminho ela recontava as moedinhas, quando sem que percebesse, e já estando próximo à padaria, um senhor maltrapilho perguntou se aquele era todo o dinheiro que ela tinha. Ela balançou a cabeça que Sim e disse que não via a hora de crescer para poder trabalhar e ajudar sua mãe...


- Que pena! (disse o homem), eu ia lhe pedir que me comprasse um pão, pois faz três dias que não como nada. Mas vejo que a sua situação também não é nada boa...
- Oh, senhor! (disse ela bastante comovida), três dias? Venha, vou lhe comprar um pão.

Os dois entraram na panificadora. Sofia comprou dois pães e deu um para o senhor, que começou a comê-lo ali mesmo, enquanto agradecia e se retirava.

O dono da padaria, que conhecia bem a situação da família da menina disse que ela não deveria ter feito aquilo (dividir o que já era tão pouco), e contou que aquele homem esteve o dia todo ali, pedindo a ele e a todos os seus cliente. Sofia então foi seca e objetiva: “E algum de vocês deu alguma coisa pra ele comer?” e diante da negativa do padeiro, arrematou: “Ele estava com muita fome e eu dividi minha comida”.

De volta pra casa, a garota ficou pensando e ensaiando o que diria pra mãe por estar faltando um pão. Quando chegou à porta, encontrou sua madre radiante de al
fornada de egria, então a mulher veio ao seu encontro, pegou-a no colo e conduziu-a até a cozinha: “Veja filha, aconteceu um milagre enquanto você esteve fora, o dono da padaria veio aqui de bicicleta e nos trouxe toda a sua pães dessa manhã...”
E enquanto a mãe dava seus brados de alegria, alguém bateu à porta, correram para ver quem era, e com que grata surpresa descobriram se tratar do pai de Sofia. Ele carregava três presentes e uma cesta cheia das mais gostosas guloseimas, e com um sorriso largo, ele disse:

- Enfim, tenho um emprego! E levarei vocês para morar comigo em um lugar mais digno...

E Sofia, já não contendo em si, ajoelhou ali mesmo... e agradeceu a Jesus por ter vindo ali, disfarçado de um mendigo, pra mostrar que o verdadeiro sentido do Natal não está na ostentação, mas sim, na humildade de um coração depreendido e sereno...

"Quem é generoso será abençoado, pois reparte o seu pão com o pobre" (Provérbios 22: 9)


Cícero Volney




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