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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

MENSAGEM PASTORAL



Jo 21: 1-17

Este evangelho de João nos mostra que havia uma grande frustração no coração de todos esses homens que andaram com Jesus. Eles esperavam que fosse, Jesus, alguém que os livraria da opressão romana. Diante de tudo que viram e ouviram de Jesus, apesar de alguma dúvida se de fato este seria o Messias prometido, decidiram segui-Lo.

Mas, agora “o show acabou”!!! Jesus estava morto! Não havia mais expectativas de mudanças, de melhoras... talvez, não deveriam ter deixado tudo e segui-lo, pois como outros que surgiram, até o momento, este não parecia mais o Messias desejado. Este homem, está morto!!!

Pedro, o mais intempestivo, homem bruto, rude... toma uma decisão: “Vou pescar!” (vs. 3). Especialmente para este discípulo, “a ficha tinha caído” e não havia mais Cristo, esperança..., o que se fazer agora? Ele toma uma decisão: Ir pescar! Quem é Pedro par tomar uma decisão dessas?

Pedro, a pedra ou rocha; filho de João, irmão de André, casado, sem muita instrução e pescador.

Assim, como Pedro, eu e você também passamos por momentos difíceis em nossas vidas.

Esperança parece ser uma palavra muito distante e irreal para nós. Frustrações, decepções, desconfianças, dúvidas e conflitos...

Nesse nosso viver (cristão, e por que não?), tem nos faltado a alegria verdadeira, tem nos faltado ao paladar o sabor gostoso da vida, tem nos faltado forças, tem nos faltado vigor, tem nos faltado o contagioso brilho nos olhos pelo primeiro amor... a impressão que temos é de que tudo está morto!

Há uma canção belíssima interpretada por João Alexandre, com letra e música de Stênio Marcius, que retrata bem este momento de Pedro: “Vou pescar!”, que pode ser o seu e o meu também: Jogar tudo pro alto e ir “pescar”.





Ao voltar à sua atividade profissional de 1 ano e meio atrás, mais ou menos, Pedro volta a fazer aquilo que de fato sabia, Pedro volta à sua vida “normal” como sempre foi de pescador. Mas, para onde Pedro está voltando é para o lugar onde conheceu Jesus, o mar da Galiléia. Então, eu te convido a vir comigo aprender através da vida de Pedro, que o que nós estamos precisando fazer é PESCAR. Portanto: “Vem comigo pescar!”

1º Encontro com Jesus

Em Mateus 4:18-20, temos o convite de Jesus a Pedro para deixar tudo e segui-Lo. Seu irmão André foi quem os apresentou, e Pedro sem hesitar, diante deste convite tudo deixou para ir com Jesus. E esse primeiro encontro, aconteceu “à beira do mar da Galiléia.”.

A partir daí, tudo foi novo e diferente para Pedro:

  • Ele viu a filha de Jairo ressuscitar (Mc. 5:37);
  • Participou da visão no monte da transfiguração (Mc. 9:2);
  • Recebeu a promessa de ser um grande líder religioso (. 16:18-19);
  • Aprendeu a ter fé sem vacilar e andar por sobre as águas (Mt. 14:28,29);
  • Aprendeu que deveria pagar impostos – atender às obrigações sociais (Mt. 17:24-27);
  • Aprendeu sobre o perdão – que mais do que sete, precisaria perdoar sem fim (setenta vezes sete) (Mt. 18:21,22);
  • Aprendeu que não conhecia a si mesmo – disse que não abandonaria Jesus, mas Jesus mostra que Ele o conhece, e que já sabia que Pedro o negaria (Mc. 14:28-31);
  • Reconheceu que era pecador – quando depois de muito tentarem pescar, coma instrução de Jesus, eles têm a rede cheia (Lc. 5:8);
  • Alguns ensinos de Jesus eram difíceis a ele (Mt. 19:27);
  • Entendeu que não era tão amigo de Jesus quanto deveria – pois quando Jesus o chamou para ser um dos que oraria e vigiaria com Ele, Pedro dormiu e não conseguiu atender ao pedido de seu “amigo” que sofria (Jo. 18:10).

E assim por diante, Pedro, viu e viveu coisas, experiências que nenhum de nós, talvez tenha vivido. Em três anos, me média com Jesus, Pedro teria muitas histórias aqui para nos contar... mas, neste momento, após a morte de Jesus, nada disso faz mais sentido. Tudo ficará apenas em suas lembranças, um dia contará a alguém, quem sabe?

Ao voltar para a pesca, à beira do mar, Pedro parece agora, ir enterrar estas últimas lembranças. Lembranças da demonstração do próprio poder de Deus encarnado na terra.

Pedro, Priscila, José, Antônio, Bete, etc., estamos todos assim: saudosos por tudo o que já vimos e ouvimos de Jesus, mas desejosos, por causa da desesperança, do “cinza” no olhar, ir enterrar todas essas lembranças que parecem nunca mais se tornarem reais novamente.

Eu vivi em minha própria vida, desde o primeiro encontro com Jesus, muitas dificuldades em meu lar, por ter aceitado a Cristo com minha mãe e irmãs porque meu pai não aceitava isso: situações de dormir fora de casa, no quintal, por não poder entrar em casa depois de ter ido ao culto; xingamentos, palavrões, ameaças e a própria violência física, sobre mim, minha mãe e irmãs... por anos e anos..., mas os livramentos de Deus, foram miraculosos, sobrenaturais, inexplicáveis... de tal forma e de tal maneira, que não deixou em meu coração raiva, pesar, mas trouxe a ele perdão, perdão ao meu pai...

Estas situações e tantas outras, só são possíveis pelo poder de Deus, pela manifestação dele em nossas vidas... Por isso, eu não posso simplesmente querer “enterrar” todas essas lembranças, é preciso tê-las vivas na mente e no coração, para que sirva de esperança de que o mesmo Cristo que fez todas essas coisas ainda vive, ainda faz!

Mas, é preciso voltar ao lugar do primeiro encontro, é preciso voltar a ouvir àquelas palavras ditas ali, naquele lugar por Jesus.

2º Encontro com Jesus

No vs. 4 de João 21, vemos que Jesus já está na praia, mas os discípulos não o reconhecem. Jesus lhes dá a instrução de onde deveriam jogar a rede, e eles recolhem a rede cheia de peixes; Jesus preparou a fogueira para assar peixe, preparou a mesa com pão; e finalmente, Jesus os convida para comer...

Mas uma vez, não é Pedro que vai até Jesus, mas é Jesus que vai até Ele. É Jesus, que vai tendo atitudes, usando palavras, que só Ele fez e usou com os discípulos. Mas eles têm dúvida. Somente quando Jesus parte o pão e o divide, é que parece aquietarem-se esses corações de que Jesus é quem está ali com eles: ressuscitou!

Imagino que em Pedro, havia sorrisos no rosto, misturado com olhos marejados de lágrimas, uma respiração forte, por causa do batimento cardíaco acelerado... talvez, a vontade de prostrar-se aos pés de Jesus e beijá-lo, ou pular em seu pescoço e dar-lhe “aquele abraço!”... Pedro conteve-se. Junto com a alegria de saber que o mestre vive, vem a dor no peito e a certeza de que Ele sabe que Pedro o negou.

Jesus não questiona nada, não cobra nada, não toca no assunto. Mas Jesus vai mais a fundo com Pedro e olhando fitos em seus olhos, lhe pergunta: “Pedro, tu me amas?”

Nesse olhar, Jesus está restaurando a Pedro, sua fé, suas forças, seu vigor, seu brilho nos olhos, sua confiança e seu amor.

Jesus sabia que Pedro “estava em construção”, e por isso vacilou. Jesus sabe que estou em construção, sabe que mesmo o amando, que mesmo tendo vivido experiências maravilhosas com Jesus, eu falho, eu erro, eu sofro, eu me entristeço, eu me aborreço, eu perco as esperanças... Mas, o que para Ele basta saber e ouvir é se o amamos. O que basta para Jesus é saber se ainda o amamos! Quando Pedro declara, não só uma, mas por três vezes que o ama, dizendo não só da boca para fora, mas com firmeza, convicção e com o coração, Pedro é livre da culpa de tê-Lo negado, Pedro é restaurado e Pedro passa a ter uma nova vida com Cristo.

Pedro agora:

  • Tem capacidade de ser usado pelo Espírito Santo e pregar abertamente sobre este Cristo, há uma multidão no dia de Pentecostes (At. 2:14);
  • Tem coragem e autoridade para dizer a um coxo que mendigava que se levante e ande (At. 3:1-11);
  • Prega sem medo às autoridades e líderes religiosos sobre Cristo (At. 4:5-21);
  • Denuncia a fraude de Ananias e Safira (At. 5:1-11);
  • Ora para que Dorcas ressuscite (At. 9:40);
  • Leva salvação aos gentios, e vai até à casa de Cornélio (At. 10:23-48); etc.

Conclusão

Pedro, ao voltar a pescar, voltar àquela vida que tinha antes de Jesus, é transformado, é renovado, ganha uma nova vida e a certeza de que ama a Jesus como jamais amou. Aconteceu a pesca maravilhosa! Mas, não de peixes na rede dos pescadores-discípulos, e sim a pesca de Jesus por Pedro. A rede de Jesus com Pedro, ficou cheia e transbordante de alegria e amor. Agora Pedro está pronto! Pronto para seguir em frente: sem mais medos, receios, dúvidas, culpas, frustrações, dor... Pedro é novo!

Amados, Jesus também está aguardando nossa “ida ao mar para lançar a rede” novamente. E está com a mesa posta, peixe assando, pão sendo repartido, braços abertos, sorriso no rosto... fazendo-nos trazer à memória tudo quanto já vivemos com Ele, aquilo que nos traz a esperança de poder mudar aquilo que nos atormenta interiormente. Jesus quer trazer tudo isso à nossa memória para nos restaurar, olhar em nossos olhos e dizer que se o amamos, basta! Basta o pesar, basta a dor...

Caiamos na rede de Jesus e sejamos NOVAMENTE transformados para continuar a caminhada.


Ref: mensagem do dia 11/10/2009 - Culto de louvor e adoração


Priscila Galbiatti

psicológa e pastora


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