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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A CAIXA DE LEITE

Dois irmãozinhos maltrapilhos, provenientes da favela - um aparentando ter cinco anos e o outro dez, iam pedindo um pouco de comida pelas casas, rua afora. Pela aparência, estavam famintos.

Entretanto, a cada tentativa, o que ouviam eram coisas do tipo: “vai trabalhar e não amole”, ouvia-se detrás da porta; “aqui não há nada, moleque...”, dizia outro...

As múltiplas tentativas frustradas entristeciam as crianças.

Por fim, uma senhora muito atenta disse-lhes:

-Vou ver se tenho alguma coisa para vocês...Coitadinhos!

E voltou com uma caixinha de papelão pequena de achocolatado, tipo todinho. Que festa! Ambos se sentaram na calçada. O menor disse para o irmão: '

- Você é mais velho, tome primeiro...

E olhava para ele com os olhos arregalados, a boca semi-aberta, mexendo a ponta da língua. Eu, ali parado, não conseguia sair do lugar, contemplando aquela cena... Se vocês vissem o mais velho olhando de lado para o pequenino! Observei, mais atentamente, que ele levava a caixinha à boca e, fingindo que estava bebendo, apertava fortemente os lábios para que por eles não penetrasse uma só gota de leite. Depois, estendendo a lata, dizia ao irmão:

- Agora é sua vez. Mas não beba tudo, beba só um pouco!

E o irmãozinho, dando um grande gole exclamava:

- Como está gostoso!

- Agora eu! - dizia o mais velho.

E levando a caixinha, já meio vazia, à boca, novamente não bebia nada. “Agora você”, “agora eu”, “agora você”, “agora eu”...

E, depois de três, quatro, cinco ou seis goles, o menorzinho, de cabelo encaracolado, barrigudinho, com a camisa de fora, esgotou o leite todo. Ele sozinho.

Esse “agora você”, “agora eu”, encheram-me os olhos de lágrimas. E então, aconteceu algo que me pareceu extraordinário. O mais velho começou a cantar, a sambar, a jogar futebol com a caixa de leite. Estava radiante, o estômago vazio, mas o coração trasbordante de alegria... Pulava com a naturalidade de quem não fez nada de extraordinário, ou melhor, com a naturalidade de quem estava habituado a fazer coisas extraordinárias sem dar-lhes maior importância.
Saí, pensativo, refletindo na cena que tinha presenciado. Com aquele moleque de rua consegui aprender uma grande lição: quem dá é mais feliz do que quem recebe.


É assim que nós temos de amar. Sacrificando-nos com tal naturalidade, com tal elegância, com tal discrição, que os outros nem sequer possam agradecer-nos o serviço que lhe prestamos. Talvez aquele garoto nunca tenha ouvido falar da Bíblia, mas praticava um gesto de amor genuíno.

A Bíblia diz: "melhor coisa é dar do que receber".

Vamos refletir juntos? Como nós poderíamos, hoje, encontrar um pouco desta "felicidade" fazendo a vida de alguém melhor, mais "gostosa de ser vivida"?

Este exemplo nos mostra que podemos – e devemos -- dar aos outros uma palavra de ânimo, de coragem, de amor. Isso é muito bom. Melhor, ainda, é quando aproveitamos o momento para dizer a alguém que Jesus o ama, e quer salvar sua vida. São palavras de amor, do amor sublime de Deus, que "deu seu Filho Unigênito, para que todo aquele que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3.16).

Quantas pessoas, nas escolas, vão para a eternidade sem Deus, porque muitos jovens, cristãos, ficaram calados, sem lhes falar da salvação em Cristo Jesus? Quantas crianças estão por aí, cheirando cola, fumando crack, desfalecidos pelas calçadas, na falta de uma voz que os auxilie a sair de tanta miséria... E nossos próprios filhos que, muitas vezes, com uma mesa farta de alimentos, com tanta opção de guloseimas para levarem como merenda para a escola, ficam rejeitando, escolhendo alimentos: não quero isso, não gosto daquilo...

Precisamos conversar com nossos filhos e mostrar-lhes o quanto Deus nos tem ajudado, que devemos sempre ser gratos a Deus pelos alimentos que todos os dias temos em nossas mesas, enquanto tantos milhares de crianças e adultos morrem de fome por aí afora.

Infelizmente, nos sentimos, algumas vezes, insensíveis aos problemas que nos cercam, pois acabamos acostumados com tantas cenas de miséria que presenciamos em nosso cotidiano.

Outras vezes, nos sentimos bloqueados para expressar nossos sentimentos, e preferindo deixar nosso gesto, nossa atitude, para depois, para amanhã, para o futuro... E, não poucas vezes, é tarde demais...



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